Paco Quiles (Vamos defender Calpe): "Não existe Calp B, só temos um, e vamos perdê-lo se não fizermos mudanças" Paco Quiles (Vamos defender Calpe): "Não existe Calp B, só temos um, e vamos perdê-lo se não fizermos mudanças"
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Paco Quiles (Vamos defender Calpe): "Não existe Calp B, só temos um, e vamos perdê-lo se não fizermos mudanças"

Maio 24 da 2023 - 13: 00

Desde a sua fundação em 2019, o Defendamos Calpe faz parte da oposição em Calp, juntamente com o PSPV-PSOE e o Compromís. Há quatro anos obtiveram dois representantes na corporação municipal e neste 2023 voltarão a concorrer às eleições municipais de Calpina, reivindicando “outra forma de fazer política”.

Seu porta-voz e candidato a prefeito, Paco Quiles Zaragoza, sempre foi muito crítico em relação à gestão do Partido Popular em seu município, algo que continua defendendo nesta entrevista para LaMarinaAlta. com. Conversamos com ele para saber seu ponto de vista sobre a Calp atual e o que ele quer para a cidade nos próximos anos.

PERGUNTAR. Por que você acha que os moradores de Calp têm que votar em você para ser o prefeito de seu município pelos próximos 4 anos?

RESPOSTA A Calpe precisa de pessoas que transmitam credibilidade e capacidade de fazer bem as coisas. Gente corajosa, cujo único objetivo é melhorar a vida de todos os Calpinos, de todos, sem prejudicar ninguém, respeitando nosso meio ambiente como condição para todas as ações planejadas. Na Defendamos Calpe encontramos esse perfil.

Somos pessoas próximas e honestas, claras e transparentes. É isso que Toni e eu temos mostrado, principalmente nesses quatro anos, sem medo de nada. Sempre com um objetivo comum, o bem estar de todos os Calpinos e Calpinas. Somos pessoas de confiança e capazes de concretizar as melhores ideias. Temos um projeto ambicioso e sustentável, independente, com nada que nos ligue mais que os Calpinos, com medidas relevantes que todos conhecem.

Calpe pertence ao povo de Calpe e contamos com todos para tomar decisões. Não temos outra aspiração senão defender Calp, porque Calp pertence ao seu povo, e se queres que a cidade onde vives seja melhor, deves votar em Defendamos Calpe.

Existe uma outra forma de fazer política, diferente do que existe, nós fazemos a diferença, mostramos isso nesses quatro anos. As pessoas podem confiar em nós. Nós não vamos decepcioná-lo.

P. Como avalia a gestão da equipa governamental realizada nos últimos 4 anos?

R. A gestão de um governo deve contribuir com algo diferencial com sua gestão, fazendo e promovendo políticas que suponham uma evolução positiva na cidadania. Isso não aconteceu. Eles se limitaram a administrar o dia a dia de uma prefeitura e isso não é diferencial.

A Câmara Municipal de Calp está a funcionar há muitos anos, obviamente, e o dia-a-dia é resolvido, com a sua complexidade, a partir das autarquias que já têm experiência para isso. O governo não contribuiu com nada de especial, nem nos últimos 4 anos, nem nos últimos 8, nem nos últimos 12. Se você tem que ligar para o telefone pessoal de um vereador para resolver algo constantemente, significa que eles não resolveram nada, em na verdade, eles mantêm o problema para se sentirem úteis e você deve chamá-los, mas isso esconde um objetivo eleitoral. Esse vereador me ajuda, mas se ele sempre tem que te ajudar quando tem 450 funcionários da prefeitura dispostos a te ajudar, é função dele, tem alguma coisa errada.

Devemos nos perguntar: "Como mudou minha vida depois de 4,8,12 anos de gestão do partido popular?" Algo que é diferente, contrastável, melhor do que outras populações. Não há o que destacar. Contentam-se com pequenas ações que vendem como grandes conquistas, mas nada mais são do que uma rotina diária feita por outros.

A dívida paga? Claro, eles aumentaram os impostos e nós os pagamos juntos. O que deveriam ter feito é usar esse dinheiro para resolver questões importantes e urgentes.

P. HABITAÇÃO. O que propõe para facilitar o acesso à habitação dos mais jovens e das pessoas com baixos rendimentos?

R. O modelo de cidade patrocinado pelo PP, que prioriza apenas a construção de moradias para atender a demanda turística, resulta nas deficiências que você menciona.

Para resolvê-lo, deve-se fazer uma revisão do plano geral de planejamento urbano para reordenar e priorizar os rumos do nosso crescimento urbano e, assim, poder oferecer moradia aos jovens. Além do mais, Propomos a possibilidade de que em todos os empreendimentos habitacionais, cuja dimensão o permita, seja reservado até 30% do VPO para cobrir esta procura.

Por outro lado, nosso objetivo é desenvolver uma política econômica efetiva que permita aumentar a renda dos trabalhadores e das empresas para ter maior capacidade de assumir preços desse tipo.

É uma solução em duas frentes. Primeiro vamos conseguir espaços para reduzir o preço da moradia e torná-la mais acessível e, ao mesmo tempo, aumentar a renda dos vizinhos para ter maior capacidade de gasto. Esta parte é frequentemente esquecida. Se todos ganhassem mais não teria tanto problema, mas a gestão do PP prejudica tanto a oferta de moradia para os jovens quanto a renda deles.

P. SAÚDE. Calp tem apenas um centro de saúde para seus 24.000 habitantes. Vai trabalhar para conseguir a criação de um segundo centro de saúde?

R. Pelo que sabemos, essa questão infelizmente depende de uma concessão que o próprio PP propôs como solução anos atrás, e não tem sido o caso. Nossa proposta de ações onde não temos concorrência é clara. Não engane e seja transparente com o público e explique quem ou quem é o responsável por esta situação.

A partir daí, trabalharemos constantemente com os responsáveis ​​por esses poderes para estabelecer uma solução urgente. Sendo esta uma prioridade, tal como a questão da educação, teremos um acompanhamento semanal de todas estas questões para mostrar resultados, dos quais disponibilizaremos a informação correspondente ao público. Transparência e eficácia.

Calpe cresceu de forma tão desordenada que o PP se esqueceu de reservar espaços para coisas tão necessárias como um centro de saúde. A revisão do plano geral que pretendemos fazer é a solução para encontrar e reservar espaços para essas questões básicas.

Q. EDUCAÇÃO. O mesmo acontece com o Instituto, se eles governam a prefeitura de Calp, eles vão trabalhar para acelerar a construção da 2ª IES?

R. Exatamente igual ao anterior. Não é possível, como tem acontecido, enviar candidatura em 2020, como o PP tem feito para ter uma quinta escola, e em 3 anos não saber nada sobre isso. Uns por não atender, outros por não insistir. Esta, sendo prioritária, terá gestão direta, com objetivos específicos de cumprimento e datas de compromisso que iremos repassar ao público.. Procure alternativas razoáveis ​​e execute-as.

Aparentemente, havia um espaço público para localizar o novo instituto lá. Não sabemos por que o PP escolheu um terreno privado. A demora na licitação do novo instituto é incompreensível, deve ser prioritário e explicar à população os passos que estão sendo seguidos. É preciso transparência e responsabilidade.

A quinta escola também precisa agilizar sua gestão. São prioridades que estarão no ponto de partida da nossa gestão. Perdemos quatro anos em que o PP se concentrou em ações não tão prioritárias, como o clube social Manzanera, que acabou não tendo solução. Perdemos muito tempo com questões que estão longe do interesse geral e das prioridades dos moradores de Calpe.

Q. TURISMO. Defende a continuação da defesa do turismo de sol e praia na época estival ou propõe a promoção de outro tipo de turismo ao longo do ano?

R. O setor do turismo deve ser ordenado, estabelecer objetivos, demonstrar que eles são cumpridos e assim melhorar a qualidade de vida dos moradores de Calp. O modelo turístico seguido em Calpe é muito específico, o das massas, que prioriza o afluxo de turistas, mas sem saber quanto eles deixam em Calpe. Mais não precisa ser melhor.

Eles usam esse modelo com a desculpa de que é bom que haja muita gente em Calpe, mas sem nenhuma evidência para provar isso. Assim, atingem aquele objetivo único de desenvolver casas turísticas para atender a essa demanda e que só beneficia os especuladores, vemos como a única opção. Não é verdade, existem alternativas.

A realidade é um pouco diferente. Tanta afluência não significa melhoria no bolso dos cidadãos, na sua capacidade de gasto, nos seus rendimentos. Pelo contrário, gera uma saturação dos serviços públicos que os moradores de Calp sustentam. Nada nos diz que o turismo de massa é melhor. Devemos atender ao que eles deixam e esse será o ponto de partida do nosso modelo de turismo em que priorizamos essa demanda que favorece os interesses de todos. Aquela demanda que sai mais nos pequenos comércios, por exemplo, que não acontece agora e por isso passamos anos e anos com a falsa esperança de que mais turistas vão nos dar mais, mas consomem menos e quem tem mais capacidade de gasto não volta pela própria massa.

Não se podem tomar pequenas medidas, ocorrências, sobre um ou outro segmento turístico isolado que não melhore totalmente a nossa economia local. O setor deve ser resolvido globalmente para que todos, trabalhadores e empresas, obtenham mais. Em suma, ordenar e planejar inteligentemente o turismo de forma sustentável.

O que é melhor, que venham 100 turistas que gastam 100€ por dia ou 50 turistas que gastam 300€ por dia? A segunda opção é claramente melhor, mas o PP, cúmplice histórico de quem só procura o seu interesse especulativo, quer 200 turistas, custe o que custar. Não importa, porque eles já terão uma casa vendida e, a partir daí, não se preocupam mais com o impacto futuro no próprio município, suficiência de recursos, superlotação, aumento do preço das moradias, empregos precários, etc. Eles buscam o benefício de curto prazo de alguns com capacidade de influenciar o PP.

Q. TRANSPORTES. Você acha que Calp é um município com bons transportes públicos urbanos?

R. O transporte público em Calpe tem uma solução difícil, devido ao péssimo planejamento urbano. É uma competição regional, mas existem alternativas que iremos desenvolver para facilitar a mobilidade entre as diferentes zonas de Calp. Uma cidade tão dispersa necessita de um plano à medida das suas necessidades e isso já não existe há tantos anos.

Q. INFRAESTRUTURAS. Que infraestruturas considera mais necessárias para o Calp?

R. As prioridades serão estabelecidas pelos moradores de Calpe. Há muito o que fazer. Principalmente, são, a priori, o saneamento de muitas casas, espaços públicos, como parques, instalações desportivas, que são escassas e não cobrem as necessidades dos utentes, sobretudo dos rapazes e raparigas das escolas desportivas. Uma cidade deve ter as infra-estruturas que as pessoas exigem, equilíbrio entre a habitação e as infraestruturas necessárias, uma coisa não se desenvolve sem a outra.

Q. SERVIÇOS SOCIAIS. Como você acha que eles devem ser melhorados? Calp Serviços Sociais?

R. Temos um projeto para reorganizar toda a prefeitura. Nela, serão estabelecidas as prioridades que os vizinhos precisam e todas as áreas, inclusive os serviços sociais. Passarão a trabalhar de forma pró-activa para resolver as necessidades existentes, facilitando procedimentos, ajudando a preencher e formalizar candidaturas, simplificando as instâncias de pedido de ajuda, alocando mais pessoal do que já existe se necessário para estar perto de quem precisa.

Q. PLANEJAMENTO URBANO. Como deve ser o futuro urbano de Calp? Que medidas propõe nesta matéria?

R. Calpe está planejada para acomodar, se tudo o que for projetado for construído, mais de 90.000 habitantes. Isso é ultrajante, é um risco muito grande que estamos assumindo. Os recursos, principalmente a água, não são suficientes para isso e não podemos suportar tamanha pressão.

A primeira coisa a fazer é revisar o Plano Geral para reorganizar todo o município com o objetivo de tornar a cidade mais humana, feita para os moradores de Calpe, e não se tornar um parque temático onde você só pensa em atender à demanda turística esquecendo as necessidades dos Calpinos e Calpinas.

Da mesma forma, protegeremos o ambiente, a paisagem, os recursos naturais, com as ferramentas de que dispomos, obrigando à apresentação de estudos de integração paisagística, medindo eficazmente o impacto ambiental de cada novo projeto urbanístico. A praia, não só como bem natural, mas também como bem indireto de negócio, deve ser cuidada, reforçando a sua integridade e manutenção, de forma a encontrar o tão necessário equilíbrio entre a afluência turística e a sustentabilidade.. Não podemos olhar para o curto prazo, o longo prazo deve ser o objetivo de todos porque todos queremos que o Calp sobreviva à má política. Calp B não existe, só temos um, e estamos definitivamente perdendo se não fizermos mudanças profundas, corajosas, e com inteligência ambiental, social e econômica, não é incompatível, por mais que nos tenham dito isso isso não pode ser feito.

O status quo resiste a estas medidas, porque querem concretizar os seus investimentos especulativos, onde apenas quatro ganham e todos os restantes perdem. Somos independentes, sem amarras, sem interesses por trás. Devemos transformar nosso município em algo em que todos participemos de seu desenvolvimento, por meio de consultas públicas, dados confiáveis ​​e decisões corajosas. Porque tudo o que importa, para nós, está em Calpe.

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