O grupo Compromís no Conselho Provincial de Alicante exigiu nesta quarta-feira que o presidente do Partido Popular na província e do Conselho Provincial, Toni Pérez, assim como o líder regional do PP, Carlos Mazón, forcem a renúncia ou, na sua falta, expulsem o atual prefeito de Llíber, José Juan Reus, após a abertura de um julgamento por seu suposto envolvimento em um caso de corrupção no planejamento urbano que está atualmente em julgamento.
O caso, que vai a julgamento mais de 22 anos após os eventos, investiga a construção ilegal de 300 vilas entre 1999 e 2003, quando Reus era o vereador responsável pelo planejamento urbano. Dez pessoas são acusadas no caso, incluindo o ex-prefeito José Mas e o próprio Reus, para quem o Ministério Público pede uma multa e a proibição de exercer cargos públicos por oito anos e seis meses por sua participação na concessão ilegal de licenças. Para Mas, as penas solicitadas ultrapassam cinco anos de prisão.
Ximo Perles, porta-voz do Compromís no Conselho Provincial, denunciou: "É inaceitável que o PP seja implacável e aja como um inquisidor quando os casos afetam outras partes, mas, por outro lado, permaneça em silêncio e blinde seus funcionários quando a corrupção os afeta." E acrescentou: "Se Toni Pérez quer manter um mínimo de coerência e credibilidade, deve agir agora e afastar o prefeito José Juan Reus; "Não esperamos mais nada de Mazón."
A coligação lembrou que o próprio PP já defendeu em outras ocasiões que a abertura de processo oral deveria levar à demissão automática de qualquer funcionário público. Nas palavras do partido em casos anteriores: "Um funcionário público não pode ser autorizado a permanecer no cargo enquanto enfrenta julgamento por má conduta. A ética e a responsabilidade política estão acima de tudo."
Além disso, a Compromís denunciou que o atraso judicial injustificado permitiu que Reus permanecesse no comando da Câmara Municipal por mais de duas décadas, período durante o qual, segundo eles, ele impulsionou novos e enormes projetos de desenvolvimento urbano, apesar do impacto ambiental e dos recursos limitados. Como exemplo, eles citam a recente tramitação de um PAI (Plano de Construção de 488 Novas Moradias) para construir XNUMX novas moradias em uma área com sérios problemas de abastecimento de água, o que, segundo o grupo, resultou na destruição da última paisagem intocada do município.
Compromís também criticou a lentidão do processo judicial, chamando-o de "inaceitável e uma falha do sistema democrático". Segundo a organização, essa demora impediu que muitas pessoas afetadas, principalmente estrangeiros que compraram casas acreditando que eram legais, tivessem sua situação resolvida. "É uma pena que a justiça chegue tão tarde a ponto de perder todo o sentido restaurativo e deixar situações graves como essa impunes", concluiu Perles, pedindo mais recursos para a justiça e medidas urgentes para aliviar o colapso dos tribunais.